quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Nomes Mágicos

Os praticantes da Wicca, quando passam pelo ritual de iniciação na religião, ao se apresentarem aos Deuses, se apresentam com o nome dito "mágico" que será de conhecimento dele mesmo e dos Deuses.

Mas também ganham um novo nome, diferente do apresentado aos Deuses, ao entrarem em um Coven, para ser chamado assim dentro do grupo e/ou dentro da comunidade Pagã; alguns preferem usar um outro nome para ser conhecido entre outros Pagãos, diferente dos outros dois, o do Coven e o apresentado aos Deuses. Outros, porém, utilizam um mesmo nome para todas as situações.

O mais importante é saber que o real significado do nome é que ele é um dos símbolos de uma mudança que se iniciou em sua vida, de acordo com sua própria vontade. Por isso, o nome escolhido, na maioria das vezes, representa aquilo que o iniciado mais deseja em sua nova vida, ou até mesmo o nome de um deus ou deusa que possua aquela característica.

Instrumentos e símbolos

Os rituais são realizados no interior de um Círculo Mágico, que é traçado de forma ritualística, após a limpeza e consagração do local, que em geral é realizado em casa ou em pequenos espaços como quartos, salas, quintais etc. Adaptando-se à modernidade quanto aos problemas para ter acesso a um lugar de maior contato com a Natureza, e até à falta de segurança. Preces ao Deus e à Deusa são proferidas, a evocação dos Guardiões dos pontos cardeais é realizada e muitas vezes são feitos feitiços adequados ao rito em condução (o qual é o ponto focal da celebração), e então é realizado o Cone de Poder, que concentra e envia as energias do círculo até o objetivo almejado por todos. Ao final, é tradicional a partilha de pão e vinho em certos rituais e celebrações.

A maioria dos wiccanos usa um conjunto de instrumentos de altar em seus rituais. Esses instrumentos incluem, dentre infinitos outros, vassouras, caldeirões, cálices, bastões, athames (um espécie de punhal de dois gumes, que não é usado para sacrifícios de qualquer espécie), facas ou foices (chamadas bolline, usada para cortar ervas, flores, e gravar símbolos e velas), velas, incensos, etc. Representações da Deusa e do Deus são também comuns, seja de forma direta, representativa, simbólica ou abstrata, e são mais usados os símbolos do Cálice para a Deusa, que é o símbolo de seu útero, e o Athame para o Deus, que é a representação de seu falo. Os instrumentos são apenas isso, instrumentos, e não têm poderes próprios ou inerentes. Apesar disso, são normalmente dedicados ou "carregados" com um propósito específico, e usados apenas nesse contexto. É considerado extremamente rude tocar os instrumentos de um bruxo ou bruxa sem sua permissão.

O pentáculo - um pentagrama, estrela de cinco pontas, inscrito em um círculo - é um dos símbolos mais utilizados por praticantes para representar sua fé. É usado para representar cinco elementos componentes da natureza: terra, ar, água e fogo - mais o espírito (às vezes chamado de akasha ou éter). Muitos Gardnerianos, no entanto, contestam essa atribuição. E quando às vezes utilizado de cabeça para baixo, é atribuído ao Deus Cornífero.

Os praticantes acreditam que cada um deve cultuar a(s) divindade(s) à sua própria maneira. Sem imposições ou leis escritas, mas com consciência em relação à cidadania, à auto-estima e à preservação ambiental, repudiando qualquer forma de preconceito e proselitismo, e incentivando a igualdade de gênero e a liberdade sexual.

A Wicca tem, como leis comuns a todas as tradições, a Lei Tríplice, que dita a regra: "tudo o que fizeres voltará em triplo para ti" (tanto de bom quanto de ruim) e a Rede Wicca que dita: "Faça o que desejar, sem a ninguém prejudicar" ou popularmente repetido como "Faça o que quiseres, desde que não prejudiques nada nem a ninguém". A primeira ilustra bem a importância do número 3 em sua filosofia, também exemplificada nos aspectos da Deusa Mãe (Donzela, Mãe e Anciã), e nos três graus iniciáticos de algumas tradições.

A Roda do Ano

  • O ano se inicia em Samhain (lê-se: sou-êin) (também conhecido como Halloween). Quando o Deus, Filho e Consorte da Deusa, morre.
  • Então do Útero da Deusa Mãe, Ele renasce em Yule (o sabá do solstício de inverno), representando assim o eterno ciclo da reencarnação.
  • Passa Sua infância em Imbolc, quando é alimentado pelo seio sagrado da Senhora, que agora descansa do parto;
  • Em Ostara é a Deusa Renascida que surge, trazendo sua força. Ela é a Donzela e ele o Jovem Galhudo (representado por kernunos/cernunos – deus da fertilidade);
  • Em Beltane Ele se une (em perfeito AMOR e perfeita confiança) à Deusa Donzela, e da Sua união Tudo surgirá;
  • Em Litha ele é pleno em Seu Poder, o implacável Senhor das Florestas, o Grande Pai, e a Donzela já se tornou a Grande Mãe;
  • Em Lammas ele começa sua rota ao declínio. Ele é o Deus do Oculto, enquanto a Deusa segue sua trilha para dar à luz novamente o Seu filho, a Criança da Promessa;
  • Em Mabon ele é o Sábio Deus Verde, e está se preparando para sua passagem, enquanto a Deusa percebe que Seu amado está partindo;
  • Volta a morrer em Samhain, realizando a grande espiral do renascimento, ou simplesmente a Roda do Ano.

Quatro Sabbats, chamados Maiores por algumas tradições, celebram o auge das estações. São eles: Samhain (Outono), Beltane (Primavera), Imbolc (Inverno) e Lammas ou Lughnasadh (Verão). Os demais, chamados por vezes de Sabbats Menores, comemoram os solstícios: Litha (Verão), Yule (Inverno) e Equinócios: Ostara (Primavera) e Mabon (Outono).

Há uma grande controvérsia entre os praticantes brasileiros sobre qual a forma mais adequada de escolher as datas dos Sabbats. Vários deles defendem que os Sabbats sejam comemorados nas mesmas datas em que isso é feito no Hemisfério Norte (por exemplo, Yule em Dezembro), enquanto outros defendem a comemoração nas datas em que as estações ocorrem no Hemisfério Sul (Yule em Junho). Atualmente, praticantes australianos, argentinos, porto-riquenhos, uruguaios e brasileiros comemoram, em sua grande maioria, as datas do Hemisfério Sul.

Alguns chamam a Wicca de Religião da Deusa, porque enxergam na Deusa a totalidade. Outros contestam esta afirmação, crendo que em nenhum momento isso se torna verídico, pois a Deusa, na mitologia de algumas tradições wiccanas, realiza a descida até o Deus no Submundo e apenas então recebe, por intermédio das provações, o conhecimento que precisa para se tornar plena. Assim, a Deusa não está completa sem o Deus, nem para portar o conhecimento, nem para realizar o Grande Rito da criação universal, pois apenas dois complementares podem se unir e criar dessa união o Todo. Há vertentes de Wicca que consideram a Deusa completa em si mesma, e outras que enfatizam a crença e culto na polaridade. Não há posturas certas nem erradas, ambas expressam crenças diversas dentro da mesma religião e cada praticante escolhe a de sua preferência. Todas estas Divindades por sua vez são pagãs, normalmente de origem Européia.

Crenças e Práticas

Há diversas ramificações (chamadas comumente de Tradições) wiccanas. Assim, há uma enorme quantidade de variações sobre as crenças e as práticas wiccanas.

A prática wiccana mais comum cultua duas divindades, A Deusa e O Deus, algumas vezes chamados de Grande Mãe e Deus Cornífero (do latim: "o que porta cornos").

Algumas tradições, principalmente as denominadas Tradições Diânicas, dão mais ênfase ao culto à Deusa. Outras, entretanto, dão ênfase ao Deus e à Deusa como complementares de onde surge toda a criação, em igualdade de condições. Algumas Tradições Diânicas feministas não consideram o Deus. Alguns praticantes discordam dessa posição, dizendo não haver razão para realizar as celebrações ritualísticas mais importantes sem a presença das duas polaridades.

O culto na Wicca é fundamentado no equilíbrio entre as polaridades encontradas na Natureza e entre os Gêneros Divinos. Entretanto, os praticantes da Wicca ainda são politeístas, já que essa é uma característica essencial do paganismo.

Os ritos da Wicca reverenciam a ligação da vida dos praticantes e das divindades com a Terra. Essa reverência se expressa, principalmente, através de rituais cuja liturgia celebra as lunações e as mudanças das estações do ano, através de um antigo calendário agrícola (Roda do Ano). Sem esquecer a crença na reencarnação dentre os bruxos modernos.

Os praticantes da Wicca realizam rituais em honra à Deusa nas noites de Lua Cheia. Esses rituais são normalmente denominados Esbats. Algumas tradições chamam também de Esbbat rituais realizados nas demais fases da Lua.

Esses rituais são celebrações onde se acredita que a Deusa manifesta-se na Suma Sacerdotisa através do ritual de "puxar a lua para baixo", e através dela revela a sua sabedoria. Da mesma forma, existe também o ritual de "puxar o sol para baixo", realizado pelo Sumo Sacerdote. Vale ressaltar que, no caso de um ritual realizado em um coven, apenas a Alta Sacerdotisa e o Alto Sacerdote realizam tal ritual.

Wicca, o que é?

A palavra "Wicca" vem do inglês antigo, tendo sido reintroduzida no uso moderno daquele idioma por Gerald Gardner, em sua publicação de 1954. Embora Gardner utilizasse a grafia "Wica", popularizou-se o uso de "Wicca", mais coerente à etimologia da língua inglesa moderna.

Os primeiros livros sobre Wicca em língua portuguesa foram traduções da língua inglesa, tendo seus tradutores optado por manter a grafia original. Mais tarde, os livros escritos diretamente em Português mantiveram esse uso. No entanto, não há consenso entre autores e tradutores sobre a palavra a ser usada na língua portuguesa para designar o praticante da religião Wicca, sendo utilizadas mais amplamente as formas "wiccano(a)" e "wiccaniano(a)". É também de uso menos comum a forma "wiccan", como no original em inglês, para ambos os sexos.

Os defensores da forma "wiccaniano" alegam ter sido o primeiro livro sobre Wicca traduzido para o Português o "Feitiçaria Moderna", de Gerina Dunwich, onde foi utilizada essa forma. Os demais termos são normalmente mantidos sem tradução, em sua forma originalmente usada na língua inglesa. Entretanto, atualmente, o termo wiccano(a) é mais amplamente utilizado, pois é a forma mais fácil e mais popularizada.

Embora sejam algumas vezes usadas como sinônimo, Wicca e bruxaria são conceitos diferentes. A confusão se dá porque tanto os praticantes da Wicca quanto os da Bruxaria Tradicional - se denominam Bruxos. Da mesma forma, não devem ser confundidos os termos Wicca e neopaganismo, uma vez que a Wicca é apenas uma das expressões do neopaganismo.

A Wicca é uma religião iniciática e pode ser praticada tanto de forma tradicional quanto de forma solitária. Nas formas tradicionais, os praticantes avançam através dos graus de iniciação da religião e geralmente trabalham em covens (grupos de iniciados que celebram juntos, liderados por uma Alta Sacerdotisa e por um Alto Sacerdote) embora existam Covens em que não se use o sistema de graus. Na forma solitária, os praticantes celebram os rituais sazonais sozinhos ou podem se reunir com outros solitários nestas datas.

Todas as formas de Wicca cultuam A Deusa e O Deus, variando o grau de importância dado ao culto de cada um deles, pois apesar de existirem tradições que cultuam a Deusa com maior ênfase, o culto aos dois com igual dedicação é um ponto forte e mais presente nas crenças wiccanas devido ao trabalho com o equilíbrio entre os Gêneros Divinos, feminino e masculino.

Wicca, magia branca.

Wicca é uma religião neopagã fundamentada nos cultos da fertilidade que se originaram na Europa Antiga. O bruxo inglês Gerald B. Gardner impulsionou o renascimento do culto, com o nome de Wicca, junto com outros bruxos e bruxas, em meados dos anos 40 e 50. Embora essa fundação tenha ocorrido provavelmente na década de 1940, ela só foi revelada publicamente em 1954, quando da época da sanção da última das leis contra a Bruxaria na Inglaterra. A tradição Wicca e seus termos são baseados em diversas culturas do paganismo antigo, modificadas pelo que, segundo Gardner, era uma tradição sobrevivente da bruxaria medieval, mas da qual o conhecimento que temos é obscuro.

Desde seu renascimento, várias tradições da Wicca surgiram, algumas se afastando consideravelmente dos conceitos da década de 50. A tradição que segue os ensinamentos e práticas específicas, conforme estabelecidos por Gardner, é denominada Tradição Gardneriana. Além dela, muitas outras tradições da Wicca se desenvolveram e também existem muitos praticantes que não pertencem a nenhuma tradição estabelecida, mas criam a sua própria forma de culto (ecléticos) aos Antigos Deuses.

Os dados que temos nos mostram que a maioria dos wiccanos dos dias de hoje são solitários, isto é, não participam de um coven (grupo de bruxos). Embora isso não os impeça de se reunirem com outros para realizarem juntos os rituais.

É importante frisar que a Wicca não é uma religião mantida ininterruptamente desde a Antigüidade, ou seja, ela - como toda a natureza - evoluiu e ainda evolui com o passar do tempo. Mas, indubitavelmente, ela tem suas bases fincadas em crenças e rituais antigos (pré-cristãos).